Saturday, August 2, 2008

A Aldeia Mágica e o Padre João Nepomuceno.




Dia 21 de Julho de 2008
Em cima:
Eu, de t'shirt preta, a Sónia, encostada a mim e o Jorge a seguir.
Sentada está a Liliana e o Sadi em baixo.


“Drave é uma aldeia perdida numa cova entre a Serra da Freita e a Serra de São Macário, situada na Freguesia de Covêlo de Paivó, Concelho de Arouca, Distrito de Aveiro, Diocese de Viseu, neste momento desabitada mas não abandonada.”

E é assim que começa esta nova aventura, com este excerto retirado deste site, que eu aconselho a “espreitar”…
http://www.drave.cne-escutismo.pt/pt/main.php?action=drave

Á muito tempo que esta caminhada estava na nossa lista. Mas pelos motivos mais diversos, nunca lá fomos… e não sabíamos o que estávamos a perder.

Esta Aldeia é chamada de “Aldeia Mágica”. Depois de lá irmos percebemos porquê! O Caminho marcado pelas marcas dos carros de bois que por lá passaram, sulcando as pedras, de repente revela-nos numa curva, bem lá em baixo a Aldeia. Apesar de desabitada, a qualquer momento temos a sensação que alguém nos vai dizer bom dia, sair de casa para estender a roupa ou passar com o gado para o pasto… isto para não falar da sensação que alguém nos espreita por trás das cortinas que ainda restam nalgumas casas.

E assim depois de alguns desencontros conseguimos juntar 5 elementos prontos para o que desse e viesse.
Toca a carregar a malta e as tralhas para o carro e arrancar em direcção a Arouca, onde esperava por nós um magnifíco segundo pequeno-almoço. E a segunda etapa, procurar a Aldeia de Regoufe, início do percurso.

http://www.cm-arouca.pt/portal/index.php?Itemid=129&id=25&option=com_content&task=view


Esta tarefa revelou-se algo complicada com cinco opiniões e um Gps a indicar caminhos diferentes… mas depois de alguns quilómetros para a frente e para trás e tambem para os lados, quase como milagre, apareceu-nos Regoufe no horizonte… Ai, ai Nepomuceno, que já andavas a fazer das tuas…

Ao atravessar a Aldeia vimos umas ovelhas no Barbeiro a serem tosquiadas. Para nabos da Cidade, não resistimos a ficar pasmados a olhar.

A primeira parte do caminho revela-se algo complicada com uma ascensão forte e muita pedra solta. Mas depois de horas no carro e 2 pequenos-almoços, até parecia que íamos em plano… ou não!

O resto do caminho foi pacífico até uma bifurcação. E pela lei de Murphy, uma vez que tínhamos 2 hipóteses, nada melhor que ir para o lado errado. Engano desfeito, o resto do trilho era lindo, sempre pela borda da montanha, com um precipício ao lado… ora deixa cá encostar á esquerda…

Como que num passe de magia, mesmo á nossa frente, aparece a Aldeia… parecia tirada de um filme. Por alguns momentos ficamos parados a olhar… Desabitada? Nem parecia… seguimos.


Quando lá chegamos perdemo-nos longamente pelas ruas… a cada curva parecia ir aparecer alguém… vimos tudo e mais alguma coisa. Uma parte da Aldeia até está em mau estado, mas o resto compensa. Com muito pouca imaginação conseguimos ver o que seria o dia a dia. E o rio, com as quedas de água e pontes… sem palavras.


Estava na hora de matar e fome e atacamos o nosso lanche, aproveitando a sombra dada pela capela. Foi aqui que tivemos contacto pela primeira vez com o Padre João Nepomuceno de Almeida Martins, que realizou neste local em 1946, a primeira reunião familiar, que trouxe até aqui mais de 500 parentes…


Depois de mais uma espreitadela, tivemos que vir embora. Mas se começamos 5 esta aventura, saímos 6 da Aldeia. O nosso já amigo Padre João Nepomuceno de Almeida Martins, juntou-se a nós, farto de estar sozinho, e acompanhou a Sónia na viagem de volta. Pelo menos até as saudades apertarem, e para nosso alívio, voltar para o seu lar.
Ou seja, ela que tão sossegada estava, começou a falar, a cantar, a falar, a cantar, a falar, a cantar, a falar, a cantar, a falar, a cantar, que o Sadi até se esqueceu que já tinha deixado os seus dias de terrorista para trás e usou o seu pau de caminhada para ver se a exorcizava…
Sem sucesso, já que por artes misteriosas o pau foi parar ás mãos do Padre Nepomuceno, quer dizer, da Sónia…

Mas quando parecia que ele já se tinha ido, eis que impele a Sónia para o sino da Igreja, obrigando-nos a uma luta para que ela não o tocasse, alarmando toda a gente… UFA!!!

Aqui foi a nossa verdadeira despedida do Padre João Nepomucemo… toma bem conta da tua Aldeia!!!

Ainda tivemos oportunidade de ver umas cabras a fazer escalada nuns penhascos, á procura daquela relva boa, mesmo boa, que só há naqueles sítios aonde ninguém chega...
...e de visitar o que resta das Minas de Volfrâmio que existiam em Regoufe…


Com a aldeia no olhar e Nepomuceno no pensamento rumamos a casa… Havemos de cá voltar!

Para acabar…
E este escaldão mesmo muito estúpido que apanhei na cabeça? Quem me manda ir de lencinho? E sem protector?


E quando o Sadi decidiu que estava na hora de lanchar e Nepomucemo,vendo que a Liliana estava distraída, passou-lhe uma rasteira e sentou-a mesmo ali?


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