De súbito, sem aviso, na forma de uma mensagem de telemóvel, surgiu a ordem para cumprir mais uma missão…
No dia 27 de Outubro, saímos das nossas camas a meio da noite e sorrateiramente encontramo-nos num obscuro parque de estacionamento do shopping, cada um com o seu objectivo.
Depois de tomadas todas as precauções, arrancamos dentro das leis de trânsito e nos limites da velocidade, para não chamar a atenção.
Sónia, no lugar de pendura, informava-me de todos os detalhes, para evitar percalços.
Sadi, no banco de trás, atento a qualquer possível carro que nos quisesses seguir.
Os nossos inimigos atacaram-nos impiedosamente… Verdadeira sabotagem!!!
E sem ninguém dar conta, estávamos no nosso segundo objectivo! Mesmo no cimo do monte, atrás da Igreja de Santa Luzia, onde deixamos o nosso carro camuflado, no meio de muitos outros. E de foto, em foto (para não chamar a atenção!) subitamente atiramo-nos ao Percurso, PR9, conhecido no nosso meio como… e Temos que dizer baixinho… Trilho dos canos de água…. Chiuuuuu…
Óptimo, ninguém nos tinha seguido.
O Gps, funcionava bem, as máquinas fotográficas ligavam, as botas não escorregavam…
Mas a porra das silvas, atacavam-nos de todo o lado, as pedras metiam-se debaixo dos pés, tentando-nos fazer cair e revoadas de insectos estranhos, estavam a fazer de nós o seu pequeno almoço!!!!
As instruções tinham sido claras.
Borá lá!!! Mais uma dificuldade… fazer equilibrismo por cima dos canos de água. Seguimos.
Subitamente, o Sadi, salta do cano e qual louco, desce pelo monte abaixo e descobre a entrada da mina de água!
Aqui paramos para fazer uma reflexão…
Se as águas nascem em minas, então bebemos… MINÉRIO! Que deve vir em vagões debaixo da terra, claro… mmmm…
De repente, mas que é isto? Não somos artistas de circo, não… e alturas? Uiiiiiiiiiii…
Usamos toda a nossa coragem e… passamos mesmo ao lado. Não nos apetecia malhar lá de cima.
Vindo do nada, surge nas nossas cabeças, uma nova ordem… “procurem outra mina… tirem as duvidas sobre de onde vêm a agua… o mundo não está preparado para esta verdade…”
E nem de propósito, á nossa frente surge uma nova placa a dizer “ Mina de água”
O mato estava denso. O calor apertava… mesmo assim, o mundo precisava de nós (mas que bem escrito, não?)… Avançamos…
Para ver o filme clicar sobre a seta. Para o ouvir... Bem, tivemos que tirar o som. Este Blog pode ser lido por pessoas mais sensíveis e as palavras: Fod...Piiii... prás Silvas, cara... piiii... prós ramos, São uma constante...
Alguns metros á frente, a coisa piorou. E bem… como o mundo não está preparado, para a verdade de onde vêm a água, abortamos a missão. Voltamos para trás com a certeza que todos seremos mais felizes, julgando que a água vem dos rios. Quem sabe um dia…
Aqui, o nosso agente Sadi, é agredido misteriosamente na cabeça. Sem duvida, alguém invisível que nos seguia. Houve quem disse que foi um ramo de um árvore… Prontamente intervimos e afastamos o perigo. Valeu um pequeno corte na tola, com um sangramento abundante… ou não!
Saímos do trilho e devidamente camuflados restabelecemos forças, sempre vigiados pelos nossos satélites, não vá sermos apanhados desprevenidos!
Depois do almoço, treinamos uma das técnicas de sobrevivência, que consiste em pegar na casca de um bolota, juntar os dedos por cima, tapando quase o orifício, e soprar fazendo um potente assobio. Sadi, mestre no assunto, Sónia brilhante. Eu prefiro emitir ultra sons…
Eles a assobiar, eu com os meus ultras sons, retomamos a coisa.
Quando já perdíamos a Fé, a capelinha de S. Mamede, apareceu-nos é frente…
Voltamos ao bom caminho… E á Aldeia velha, onde o Sadi destemidamente, entrou e destemidamente revistou… Nada!
Podíamos proseguir.
Nova dificuldade, dois équidios (sim, dois cavalos), á nossa frente. Um pequeno, que almoçava, mamando leite no maior, que devia ser a Mãe…
E como adivinhando os nossos pensamentos, seguiram caminho. E nós também.
Novamente entramos no mato. E encontramos um edifício abandonado, que constatamos ser, nada mais, nada menos, que a casa de banho de alguns bichinhos, os cavalitos, ou quem sabe umas vaquitas…
Da central veio a indicação. Antigo local onde esteve para ser instalado um posto de controlo aéreo, na 2ª guerra mundial. Mas como esta passou ao lado…
Atrás tínhamos uma vista fantástica sobre Viana e o Rio Lima. Podíamos seguir em frente sem receios. Caminho livre.
Caminhamos, desta vez, pelo meio das arvores… sossego absoluto. Mas… o que anda ali?
Algo aos pulos… aproximámo-nos e… (aqui ouve-se o rufar dos tambores…) um esquilo! Não, dois esquilos na árvore…
Bichos simpáticos, a atirarem-me com os restos da comida á cabeça… Já almocei, ó Nabos!
E passada a passada, 12km, estavam feitos. Do inimigo, nada…
Arriscando a ser conhecidos na vida civil, tiramos a nossa foto de missão.
Sadi na esquerda, de chapéu... Sónia no meio... eu na outra esquerda... ou direita... coiso...
E ao virar da esquina, percebemos o porquê de cá termos vindo. Gravado na pedra…
Eu concordo, aliás, concordamos todos.
Agora toca a misturarmo-nos com a multidão, para ver se tudo tinha corrido no segredo dos Deuses. A Sónia, com a sua intuição, descobriu alguém suspeito. E atacou, mesmo tendo metade do tamanho do seu oponente.
E ainda lhe conseguiu sacar algumas palavras… 1820… 1820…
Opssss, é melhor deixar esta missão para o gato fedorento…
Não perceberam esta piada fantástica? Então vejam...
http://www.youtube.com/watch?v=Ltb3ZzOhJe8
Restava subir ao ponto mais alto, para ver se podíamos voltar a casa sem represálias.
E fomos ao Zimbório, no cimo de 80 metros e com umas escadas em caracol, onde até eu, com o meu escasso metro e sessenta me senti ENORME.
Um Beijinho grande para a nossa Joaninha que está longe, da vista, mas sempre perto do coração…
Quem quiser cumprir uma missão secreta destas, com os riscos aqui descritos, é só ir a:
http://percursos.no.sapo.pt/pr9/esquerda-09.htmlE curtir o dia, a paisagem e os amigos...
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