As coisas ca vida têm: Gerês...

Infelizmente, estas linhas e este passeio começam com estas imagens...

No dia 21 de Outubro, estava em plena força, no Parque Natural, na zona da Pedra Bela, logo a seguir á Vila do Gerês, um incêndio, que deflagrou no dia anterior, por volta das 19H!

Espero sinceramente que quem o ateou, tenha lá ficado no meio...

Ainda estavamos a caminho, e a má noticia, chegou pelo telemóvel...
Estava um incêndio no Gerês.

Seguimos caminho na esperança que apenas fosse um pequeno foco, porque nesta altura do ano, com um temperatura de 9 graus, não nos parecia possível que fosse algo grave.

Mal chegamos á Vila, mudamos logo de ideias... O fumo, que se via e cheirava, o helicóptero, que despejava água e a quantidade de carros de Bombeiros de todo o País, indicavam que algo de muito grave se passava.

De repente, o nosso dia perfeito, começava a transformar-se num pesadelo...

Tomamos o nosso café da manhã, e seguimos em direcção á Portela do Homem.

Mesmo á saída da Vila, um guarda da GNR, estava a bloquear a estrada... Nem pensar em passar. Estava tudo muito mau.

Tinhamos uma alternativa, fazer o passeio ao contrário, de Vilarinho para a Portela.

Mas... e se estava tudo a arder pelo meio? Não nos apetecia ser apanhados no meio do fogo.

Ainda assim tentamos.

No caminho para a Barragem, o fumo estava por todo o lado.

Chegados á Barragem, parecia pelo menos haver condições para visitar a zona da aldeia de Vilarinho da Furna.

E fomos!

Eu, destacado em primeiro lugar!

Logo de seguida, e numa forma invejável, Sadi!

E last, but not least, Sónia!

Aqui fica um abraço para o resto na nossa malta, que por questões logísticas (trabalho, falta de transporte e tempo) não nos poderam acompanhar.

Começamos a pedalar e numa das curvas em direcção á Barragem, aparecia aos nossos olhos uma imagem, que nos fez voltar a pensar que afinal o dia estava longe de perdido. A pouca água da Barragem tinha posto a descoberto a Aldeia, algo que nem sempre se consegue ver...

Lá pedalamos com mais vontade ainda.

Quem quiser saber mais sobre esta aldeia, que ficou submersa aquando da construção da Barragem, dêm uma espreitadela em :

http://www.citidep.pt/ngo/afurna/vilarinho.html

Aqui aconteceu o primeiro episódio caricato do dia. Já cá tinha vindo em diversas alturas, e apesar de o caminho estar marcado como particular, nunca me tinham pedido para PAGAR para passar...

Enfim, 1€, é só um euro.

Fántastica, foi a resposta do "Portageiro" á nossa pergunta de porque é que tinhamos de pagar se nunca o fizemos?

-"Bem, se vieram quando eu cá não estiver, não pagam..."

Não há pachorra...
Pagamos e entramos... Pelo menos tinham uns bilhetes, que até tornava a coisa mais oficial e menos "chulanço".

E bem valeu o Euro. Já tinha apanhado algumas casas na superfície, mas desta vez a aldeia estava quase toda acessível.

Ficam as fotos e acabam as palavras...

Estava na hora de deixar a Aldeia em sossego e continuar o passeio.

E tambem estava na hora de comer algo. Lá procuramos um café onde comemos uma bela de uma sande mista, acompanhada por muitas moscas, e seguimos pela televisão os desenvolvimentos do incêndio. A coisa parecia estar melhor, mas longe de terminada.

E ouvimos tambem os comentários da malta da zona. Pelos vistos, desde que começou o incêndio no dia anterior, só hoje de manhã, é que realmente se começou a tentar acabar com ele...

Não foi em Agosto, estava tudo a "nanar"!

Rodas ao caminho, e fomos á segunda parte do percurso, chegar á Portela do Homem, por um estradão que se cruza com partes do antigo caminho romano (mais uma vez, a esperança de encontar o Axtéris e o Obélix, desvaneceu-se...)que ligava a Braga.

Estivemos o caminho todo a contar que a qualquer altura tinhamos que voltar para trás, com o caminho bloqueado ou pela GNR ou mesmo, e pior ainda, pelo incêndio.

Apenas quando saímos do estradão e entramos na estrada da Mata da Albergaria, estava cortado. Conseguimos assim chegar á Portela, onde restabelecemos forças com a boa da barra energética (PFFFFFFFFFFF!) e voltamos para trás.

O Gerês é uma zona magnifíca, onde a natureza ainda vai estando protegida da bestealidade do Homem. Mas por quanto tempo mais?

E assim fomos calmamente, a saborear o restinho do dia, até ao nosso carro, que nos iria levar a um restaurante (O Chana, passo a publicidade), onde em plena tarde, 17H30M, comemos um prego em prato que nos levou quase ao paraíso, tal era a fome.

Cá fora, as pessoas assistiam ao Avião a carregar os tanques, em pleno voo, na albufeira da barragem da caniçada, para continuar a apagar o fogo...

E assim se passaram mais 35 quilómetros de prazer, feitos em 3 horas de boa companhia, sem problemas, sem stress.