Friday, October 10, 2008

Madeira...



Este ano, e apesar da crise tivemos (eu a minha mulher) a sorte de ir passar uns dias de férias á Ilha da Madeira, esse território nacional de difícil acesso, rodeado de água por QUASE todos os lados...

Eu já lá tinha ido em trabalho e apesar das paisagens soberbas, achei tudo muito “estranho” e as pessoas com que eu lidei, quer no hotel, quer nos restaurantes, francamente antipáticas… Ou seja, não gostei!
Isto quer dizer que já ia com um pé atrás.

Bem… desde já peço desculpas a todos os Madeirenses. Em todo o lado fui bem atendido, com simpatia, com educação. A Ilha, para quem gosta de natureza é FANTÁSTICA, e tudo está orientado para o turismo, quer nacional, quer estrangeiro.
Fica aqui um conselho meu – VÃO Á MADEIRA! Vale a pena.

Aqui fica também um aplauso para o Rei e Senhor da Ilha, o Dr. João Jardim, que até pode ser o politico mais corrupto do mundo… Mas foi ele que fez da Madeira o que é hoje. Houvesse muitos assim.

Como verdadeiros turistas, nada como alugar um carro. E quer pelas estradas estonteantes, com vistas de cortar a respiração, ou pelos “furados” (os túneis que literalmente furam a ilha toda) toca a ir a todo o lado.



Lá pelo meio experimentamos uma levada, que não é nada mais que um canal de água que a trás da montanha até onde é precisa, e que tem ao lado um caminho, por vezes bem estreito e assustador… mas sempre com segurança!


Uma das levadas míticas é a do Risco e das 25 Fontes.

http://www.madeiratourism.org/pls/wsm/wsmwdet0.detalhe_conteudo?p_cot_id=412&p_lingua=pt&p_sub=1

A do Risco acaba numa cascata com cerca de 100 Metros! É de ficar a olhar… e pasmar!

A das 25 Fontes acaba num pequeno lago, onde caem nada mais, nada menos que 25 pequenas cascatas… Linda!


O caminho é sempre acessível, e só umas marotas de umas escadas é que dificultaram um pouco a coisa.

Nos sítios mais perigosos (estreitos ou com precipícios) aparece sempre um gradeamento, não vá o diabo fazer das suas.

Em certos sítios, a altitude e a densa vegetação faziam correr um frio na espinha. Nada que uma camisolita não resolvesse.



Depois de mais umas visitas motorizadas, fomos parar ao 2º Pico mais alto da Ilha, o Pico do Arieiro, com uns simpáticos 1810 metros.


Aqui dezenas de pessoas estavam a fazer as suas caminhadas, já que existe uma vereda (ou seja um trilho nas nossas bandas) que leva ao Pico mais alto, o Pico Ruivo com 1862 metros. Na placa indicativa dizia apenas 7 km e nós, sem raciocinar, botinhas nos pés, garrafa de água na mochila e umas míseras bolachitas, fomos!
Nesta altura fui gozado pela minha mulher por andar sempre carregado com coisas inúteis na mochila, tipos uns frontais.



Este caminho é espectacular! As paisagens são… nem sei dizer.
O próprio caminho, cheio de altos e baixos, escadas, escavado na montanha, com precipícios enormes e túneis longos e escuros (não sei porquê, deixei de ser gozado por vir carregado com coisas inúteis…) dão-nos uma sensação de que estamos numa realidade diferente, á centenas de anos atrás.

Quando não nos cruzávamos com ninguém, parecia que éramos os únicos humanos do planeta.
A progressão é lenta e difícil, e o cansaço começava a fazer avarias. Mas a cada curva, algo ainda mais espectacular aparecia e obrigava a continuar.

Depois de quase 3 horas alcançamos o nosso objectivo, o pico.



Neste local existe uma casa abrigo onde é possível ficar e uma ligação a um outro caminho.

Só nesta altura é que chegamos á conclusão que os 7 Km… passavam a 14. Tínhamos que voltar para trás, pois… e não vimos nenhum teleférico, ou algo assim. Na volta viemos por uma versão mais curta, onde partes do trilho tinha desabado, o que á distancia nos provocou alguns arrepios. E não era do frio.
Felizmente, já tinha sido criada uma alternativa e seguimos descansados e em segurança. Se os primeiros túneis já eram escuros… estes então, ainda o eram mais, e compridos.

Aqui já recebia beijos por ter os frontais!

Lá chegamos ao fim com um empeno digno de registo... Mas felizes e sorridentes e prontos para outra... dai a uns quinze dias!!!


Depois de sairmos desta aventura, uma nova lenda corre para aquelas bandas… o Abominável homem das neves também existe na Madeira. Os seus gritos assustadores foram ouvidos por diversas pessoas, todas de várias nacionalidades, o que comprova a sua existência.


Está já a ser preparada uma expedição para o encontrar e alguns visionários já preparam merchandising com o dito cujo…
Claro que apenas 4 pessoas sabem a verdade… Eu e um casal de turistas espanhóis que fizeram a caminhada quase a par connosco…
E quem é o 4? Perguntam vocês…


Pois perguntem á Sónia que para não variar deu de caras com uma abelha tamanho XL, e emitiu uns gritos tão estranhos e prolongados, que além de mim e do casal, toda a gente ficou com a certeza que afinal, quais Himalaias, qual carapuça… Ele, o Abominável existe mesmo e é na Madeira!!!


Para terminar, um episódio trágico-ó-cómico:

Fomos visitar a Ilha de Porto Santo.

Quando lá chegamos fizemos uma excursão para conhecer a ilha. E fomos visitar um local que tinha diversos animais, maioritariamente pássaros em exposição.


E um simpático papagaio estava no bar a pedir festas…
Vai dai, eu resolvi coçar-lhe a cabecita… e ele todo contente…
Depois agarrou-me a mão… e eu todo contente…
E ainda me deu umas bicaditas fofinhas…


E de repente tornou-se um verdadeiro Holligan, agarrou-me as duas mãos e quase me arrancava a pele ás bicadas! Juro que se não fossem estar lá tantas pessoas, o raio do pássaro acabava na panela!!!
Ainda assim levou umas festitas com uma garrafa de água para eu me conseguir libertar.

E com um bocado de carne a menos e umas fotos a mais, acabou o episódio.

Tchau Madeira, até ao nosso regresso!!!

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