Thursday, June 28, 2007

Entre o céu e o Inferno...


E após alguns adiamentos, lá conseguimos no sábado de manhã, dia 2 de junho, carregar as bikes no carro, equipamento e mantimentos na mala, e rumar ao Gerês para fazer alguns kilometros em cima da burra, por esses trilhos fora...

Desta vez, sozinhos. O Jorge a recuperar do seu acidente e o resto dos Gaia cycles, todos na balda!!!

Mais uma vez, e para nosso GRANDE espanto, não nos perdemos em Braga, essa magnifica cidade labiríntica...

Primeira paragem, na tradicional Vila do Gerês, para um pequeno reforço alimentar. Este pequeno lugar têm uma particularidade muito Sui generis... os poucos lugares úteis para estacionamento, são sempre pagos, principalmente ao fim de semana. E anda por lá um Senhor, que deve ter sido Abutre noutra encarnação, sempre pronto a "passar" aquela recordação, conhecida como multa...
È triste ser-se uma Vila pobre...

Reforço no estômago, e Portela do Homem, aqui vamos nós!!!

Mais uma surpresa... agora os Abutres atacam na passagem pela Mata de Albergaria... 1,5€ para fazer alguns Kms... Até nem me importo, desde que o dinheiro seja aplicado no Parque.

Nesta passagem vimos uns camaradas Bttístas, um pouco atrapalhados com um pneu que insistia em ficar vazio. Mas como é proibido parar nesta zona, seguimos, na esperança que quando passássemos de bike, ainda os pudessemos ajudar...

O nosso objectivo era fazer Portela do homem, Vilarinho das Furnas e volta. E era porquê?


Estavamos nós a preparar para arrancar, quando os nossos camaradas, que tinham empatado a luta com o pneu, chegaram á nossa beira. Solidariedade Bttista e aí vamos nós de encher o pneu e dar duas de letra...

Então de onde são?
Do Porto e vocês?
Mesmo daqui. Para onde vão?
Até vilarinho!
É bonito o passeio, sim senhora.
Pois é bonito, nós já fizemos e...
O quê? Então Não, não façam outra vez!!!
Vocês passam aqui a fronteira, descem a estrada, vai aparecer um estradão á vossa direita. Vão por ai. São 12 km a subir (12? meeeeeeedo!) e depois andam no cume do monte, ao longo do Vale. Muito bonita, a paisagem e o terreno pouco técnico. E na volta, sempre são 12 km a descer!!!

Assim fizemos. E em boa hora!!!
Passamos a fronteira, começamos a descer, cerca de 2 km e o estradão em pessoa, lá apareceu, á nossa direita.
E não é que era mesmo a subir? E 12Km, certinhos? Felizmente não era preciso ser o Lance Armstrong. O terreno fácil, e uma inclinação sem ser exagerada, ajudaram á festa. E depois, lá no topo...

Uiiii, que paisagem de cortar a respiração. Bordejamos nas encostas de um Vale, com um riacho no fundo, sempre sem perder de vista o caminho. Bem valeu a pena o esforço da subida. Encontramos mais alguns companheiros de duas rodas, todos portugueses. Será que sempre estavamos em espanha?

Toca a fazer uma pausa para reabastecer e apreciar a paisagem. Paramos num pequeno Óasis, de sombra e água, mesmo no canto do Vale.

Toca a seguir caminho, mais uma curva, outra, e mais uma surpresa visual...
Aparece á frente dos nossos olhos, bem lá fundo, uma albufeira dum rio.

Nem dava vontade de ir embora...

Mais uns metritos e... ora, nem mais, nem menos que uma GRANDE manada de vacas... daquelas castanhas, com uns chifres de meter medo. Ainda passamos algumas, mas um bezerro (para os menos cultos, uma vaquinha pequenina) começou a não nos achar piada. Já se devia estar a imaginar no nosso prato...
E a mãe (que tambem podia ser o pai, já que não perguntei) começou a olhar para nós, com aquele focinho de "E se levasses um coice? ou dois?".

Pois, era mesmo isso, estava mesmo na hora de voltar para trás... Abre!!!

A volta foi fácil. Os 12 km a descer vieram mesmo a calhar, quando as pernas já acusavam a falta de treino.

A Sónia em período de adaptação á nova bike, desceu a uma velocidade estonteante... Só foi ultrapassa por um... caracol. Espanto? Olhem que era um caracol muito parecido com o Obikwelo... e a descer...
Acabando o estradão e a descida, toca a rolar no alcatrão, que se colava aos pneus e que fazia a pequena subida de 2 km, parecer a chegada á torre, na Serra da Estrela.
E portugal fica feliz com a nossa chegada. Mais dois filhos Lusos que voltam ao solo nacional...

Aqui acaba a história de hoje. Dedico este passeio ao nosso Amigo Jorge, que um dia destes há-de cá vir connosco.



Quando chegamos ao carro, tinhamos sido assaltados. Fizeram uns furos na porta e levaram os documentos, um saco com roupa e o painel do rádio... Nada de jeito e sem valor nenhum.

Obrigaram-me a ser "roubado" duas vezes. Para anular os cartões de crédito, gastei 90€. Para consertar a porta, mais 150. E como as chaves de casa desapareceram, toca a mudar a fechadura. Mais 80...

Para os cabrões que fizeram isto e a mais 5 carros... espero que morram muito breve, secos, de uma forma dolorosa e estéreis. Para que os vossos filhos não existam para seguir o vosso exemplo. E não me ocorre mais nada, de momento.

E senhor GNR, com o devido respeito que tenho á autoridade, eu não "abandonei" o carro na berma da estrada, homem! Fui aproveitar o que a natureza têm para oferecer. E nunca um carro pode fazer parte da natureza...

E já agora, que tal, em vez de me consolarem com as palavras de "Isso está sempre a acontecer", desviarem um pouco dos 1,5€ que as pessoas pagam, para ter um vigilante na largo da fronteira da Portela do Homem?
Acho que o Gerês merece... se todos tivermos medo de lá ir, o que vai ser desta zona, sem os tostôes que lá deixamos?
Pois é...

Agradeço ao senhor que achou os meus documentos e não descansou enquanto não me contactou. Obrigado.

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