Depois de algum tempo, as comichões já se estendiam pelo corpo todo…
Muito tempo sem caminhadas…
E como se curam estas comichões?
Vamos ao médico, fazemos exames e… nada disso, combinamos uma caminhada!!! É o melhor remédio, pois.
Dito e feito, destino escolhido, convocatória feita e no dia 18 de Outubro, fomos!!!
Desta vez, além dos três estarolas, o Rui e a Filipa, conseguiram juntar-se a nós.
Para variar fomos para o Gerês, mais precisamente para a zona do S. Bento da Porta aberta, onde um magnífico trilho de 10.5 km circular, esperava por nós.
http://www.cm-terrasdebouro.pt/trilhos/pr7/FramePR7.htm
Logo após deixar o carro perto do santuário, e já cheios de cafeína a correr nas veias, toca a seguir a seta.
E nada como uma loooooonga subida para começar. Que acaba numa curva… que nos tapava a visibilidade para mais uma SUBIDA!!!
E como tudo o que sobe desce, ainda tivemos que fazer muitas curvas e subidas até isto ser verdade.
No meio de uma aparece-nos a indicação do Fojo do Lobo. Curiosos como somos, fomos ver.
E aonde ficava isto? Adivinharam, numa subida.
O Fojo era uma artimanha que os nossos antepassados usavam para caçar lobos e num passado mais longínquo, ursos. Sim, porque á longos tempos existiam ursos no Gerês. Agora só existem os de duas patas, ignorantes, que estragam o que de bom ainda existe…
Os animais eram “empurrados”, através de barulho para um muro que acabava num buraco sem saída, onde depois encontravam o seu destino. Nesta altura ainda se caçava pela carne e pela pele para servir de alimento e agasalho, não como agora, apenas pelo prazer de matar. E volta e meia lá se era morto. O que agora ainda acontece, quando algum caçador vê um arbusto a mexer, dispara e… opsss, era uma dos seus camaradas perfeitamente camuflado.
Azar, mais uma munição mal gasta.
De facto, da engenhoca apenas sobram uns restos mortais, que só com alguma imaginação dá para perceber como era a coisa…
De volta ao trilho, sou atingido por alguma coisa bíblica e dei uma de Matusálem…
Olhando melhor, acho que dei mais uma de Senhor dos Anéis…
Não, dei foi mesmo uma de grande URSO!
Coincidência ou não a partir deste momento, começamos um estranho jogo.
A descida (finalmente após uma curva, começamos a descer) aliada ás chuvas fortes que caíram durante a semana, tornaram o caminho algo escorregadio. Assim, alguns de nós, em vez de descer, íamos deslizando. Ora isto até teria alguma piada, não fosse cada escorregadela, acabar num susto valente, já que a falta do ABS, provocava uma patinanço, digno de acabar com o rabo no chão.
Mas nada de grave aconteceu, apenas algumas gargalhadas, bem distribuídas por todos, o que quer dizer que ninguém se safou de “patinar”.
Destaque para a Filipa, que bateu o recorde, com mais de metro e meio de deslize, que podia ter sido mais, não fosse primeiro eu segurá-la e depois o Rui agarrar mesmo.
O Sadi também tentou o Guinness, ficando a alguns centímetros…
Assim como que de repente, fomos atacados, não por um urso, lobo ou nova tentativa de record, mas sim por uma fome imensa.
Que foi provocada pelos medronhos.
Estranho? Nada é estranho nas nossas caminhadas.
Surgindo do nada, foram aparecendo medronhos no chão. Ora como ainda só há chuvas ácidas, eles não poderiam cair do céu. Um olhar mais atento, provou que de facto era verdade. Vários medronheiros, rodeavam o caminho.
Este fruto é difícil de encontrar agora á venda. Reza a lenda que é um dos que têm mais teor alcoólico (aguardente de medronho diz-vos alguma coisa?) e bastava comer alguns para apanhar uma grande bebedeira.
De repente a caminhada passou a vindima de medronhos, com alguns sem querer, a acabarem nas nossas bocas. Mas se caminhar, caminhe com precaução, e só a ideia de uma operação Stop para bufar ao balão por estes lados, fez-nos acalmar a gula… será que nos tiram a carta por caminhar alcoolizado, ou melhor “medronhado"? É melhor não arriscar.
O que nos levou ao ataque de fome imensa.
Paramos num belo recanto, junto a um rio e novo ATAQUE!
Desta vez ás mochilas e ao farnel.
E que belas fotos de alguns cromos eu tirei. Só falto eu, porque não dei a máquina a ninguém. E o Sadi, porque comeu bem escondido de mim...
E de repente, que cheiro a chulé!
Já com as mascaras de gás colocadas, fomos investigar e…
Pois, a Sónia aproveitou estas águas lindas para molhar os pezinhos!
Ao fundo, conseguíamos ver já o Santuário, rodeado por belas paisagens.
Neste ponto surgia-nos a indicação de umas antigas minas, conhecidas como Furnas e sem hesitar, fomos.
O início era a subir.
A barriguinha cheia e um sol impiedoso nas nossas cabeças, triplicou a dificuldade e a inclinação. E depois da desilusão do Fojo, resolvemos abortar.
Seguimos o nosso destino. Estas ficam para a próxima.
E assim como que por milagre, acaba-se a caminhada.
Depois da passagem por uma Aldeia, fomos mesmo dar ao lado do café onde tínhamos estado de manhã. E o nosso carro já estava ali.
As comichões estavam curadas. E as saudades, não só das caminhadas, mas de alguns amigos que infelizmente só conseguimos estar de vez em quando.
A vida é mesmo assim. Temos que aproveitar todos os momentos e estes já estavam.
Rui e Sadi, grande abraço.
Filipa e Sónia, muitos beijinhos.
Para terminar…
Ainda não sabíamos, mas esta ia ser a última do ano…
Até 2009!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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